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A Biblia Curiosa reune assuntos interessantes referente a Bíblia encontrados na internet, sua fonte encontra-se no final do artigo, São extraídos após uma leitura e analise do texto. Outros artigos do mesmo assunto poderão ser incorporados para o enriquecimento espiritual do leitor. Todos os assuntos extraídos trazem a sua fonte no final do texto. Boa leitura.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

O VERDADEIRO PROFETA DE DEUS, SEGUNDO A BÍBLIA


 Biblicamente falando, as características do profeta verdadeiro são descritas em vários livros da Bíblia, especialmente no Antigo Testamento. Aqui estão algumas características-chave:

  1. Chamado e comissionamento por Deus: Um profeta verdadeiro é chamado e comissionado por Deus para transmitir Sua mensagem ao povo. Isso geralmente envolve uma experiência direta com Deus, como uma visão, uma voz divina ou outra forma de revelação. Ex:

    "E disse o Senhor a Moisés: Vê que te constitui por Deus sobre Faraó, e a Arão, teu irmão, será teu profeta." (Êxodo 7:1)
  2. Fala em nome de Deus: Um profeta verdadeiro fala em nome de Deus e transmite Sua vontade ao povo. Eles não falam por conta própria, mas são instrumentos nas mãos de Deus para comunicar Sua mensagem.Ex:

    "Mas o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá." (Deuteronômio 18:20)
  3. Previsão precisa de eventos futuros: Um dos sinais de um verdadeiro profeta é sua capacidade de prever eventos futuros com precisão. Suas profecias se cumprem de maneira clara e inequívoca, demonstrando que estão sob a orientação divina. Ex:

    "E sucedeu que, cumprindo-se o tempo de subir Moisés ao monte Sinai, para receber as tábuas da aliança [...] e lhes anunciava tudo o que o Senhor lhe falara no monte Sinai." (Êxodo 24:18)
  4. Mensagem consistente com as Escrituras: As mensagens de um profeta verdadeiro estão em harmonia com as Escrituras e não contradizem os ensinamentos revelados anteriormente por Deus. Elas promovem a fidelidade à aliança de Deus e à Sua vontade revelada.

    Uma mensagem de um profeta consistente com as Escrituras foi a de João Batista, que preparou o caminho para Jesus Cristo. Sua mensagem estava em harmonia com as profecias do Antigo Testamento sobre o Messias que estava por vir. João Batista pregava o arrependimento e a preparação espiritual para a vinda do Salvador, como está escrito:

    "Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas." (Mateus 3:3)

    Essa mensagem de João Batista estava em linha com as profecias do Antigo Testamento, especificamente com o que foi profetizado pelo profeta Isaías, demonstrando que sua missão estava em perfeita concordância com as Escrituras. Ele não falava por si mesmo, mas como um instrumento nas mãos de Deus para cumprir as promessas feitas anteriormente.

  5. Chama ao arrependimento e à justiça: Os profetas verdadeiros frequentemente convocam o povo ao arrependimento, à retidão e à justiça. Eles denunciam o pecado e a injustiça, e instam as pessoas a retornarem ao caminho de Deus. Ex:

    "Portanto, agora, fala aos ouvidos do povo de Judá e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Assim diz o Senhor: Eis que estou forjando mal contra vós, e projetando um plano contra vós; convertei-vos, pois, cada um do seu mau caminho, e melhorai os vossos caminhos e as vossas obras." (Jeremias 18:11)
  6. Sofre perseguição e rejeição: Profetas verdadeiros frequentemente enfrentam oposição, resistência e perseguição por parte daqueles que rejeitam sua mensagem ou se recusam a se arrepender. Eles são frequentemente ridicularizados, maltratados ou até mesmo mortos por sua fidelidade a Deus.Ex:

    "Mas a palavra do Senhor se me fez como escárnio e opróbrio todos os dias." (Jeremias 20:8)
  7. Produz frutos espirituais: As mensagens dos profetas verdadeiros produzem frutos espirituais na vida das pessoas e na comunidade. Elas levam ao arrependimento, transformação e renovação espiritual.

    Um exemplo de um profeta produzindo frutos espirituais pode ser encontrado no ministério do profeta Elias. Em 1 Reis 18, Elias enfrentou os profetas de Baal em um confronto espiritual no Monte Carmelo. Após um desafio de fogo, onde o Deus de Elias mostrou Seu poder ao enviar fogo do céu para consumir o holocausto, o povo reconheceu a verdadeira divindade.

    Depois desse evento, houve um grande avivamento espiritual entre o povo de Israel, e eles se voltaram para o Senhor. Isso é evidenciado em 1 Reis 18:39, que diz:

    "E vendo-o todo o povo, caíram sobre os seus rostos, e disseram: Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus!"

    Esse episódio demonstra como o ministério do profeta Elias produziu frutos espirituais ao levar o povo de volta à adoração do verdadeiro Deus.

Essas são algumas das características-chave do profeta verdadeiro conforme descrito na Bíblia. Os profetas do Antigo Testamento, como Moisés, Isaías, Jeremias, Ezequiel e outros, exemplificam essas qualidades em seus ministérios e mensagens.

Johnny Cleber Francisco

Teológo e autor da Bíblia Curiosa


Fonte imagem:

https://www.mentoreadosparamentorear.com/post/boletim-1074-isa%C3%ADas-uma-mensagem-para-hoje

domingo, 21 de abril de 2024

QUEM ESTÁ NO CÉU?

 Na Bíblia, apenas dois homens são explicitamente mencionados como tendo "andado com Deus" e não morrido no sentido usual:

1.Enoque

  1. Enoque: Conforme mencionado anteriormente, Enoque é descrito no livro de Gênesis como alguém que "andou com Deus" e, aos 365 anos de idade, "desapareceu, porque Deus o havia levado" (Gênesis 5:24). Ele é conhecido por sua vida íntegra e de fé, que o levou a uma comunhão tão próxima com Deus que ele foi poupado da morte física.

  2. Elias (ou Elias): Elias, um profeta poderoso do Antigo Testamento, é outra figura que é frequentemente associada a andar com Deus. Embora ele não tenha sido poupado da morte física, ele foi arrebatado ao céu por um redemoinho enquanto estava acompanhado de seu sucessor, Eliseu, como mencionado no livro de 2 Reis, capítulo 2. Sua partida da Terra foi extraordinária e sobrenatural, diferenciando-se da morte comum.

    2 Elias na carruagem de fogo

Esses dois homens são notáveis na Bíblia por sua proximidade com Deus e pelas maneiras extraordinárias pelas quais suas vidas terrenas chegaram ao fim.

Há outros dois que possivelmente também estão no céu:
3. Melquisedeque

  1. Melquisedeque: Embora a Bíblia não declare explicitamente que Melquisedeque não morreu, o livro de Hebreus descreve-o de uma maneira que sugere uma natureza singular e eterna. Ele é apresentado como "sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas feito semelhante ao Filho de Deus" (Hebreus 7:3). Essa descrição enigmática sugere que Melquisedeque transcendeu as limitações humanas e pode ter sido um tipo de Cristo, cuja vida e sacerdócio são eternos.

  2. Moisés: O destino de Moisés é um pouco diferente dos outros mencionados. Embora ele tenha andado com Deus de uma maneira íntima e tenha tido experiências sobrenaturais, como na sarça ardente e na recepção dos Dez Mandamentos no monte Sinai, Moisés morreu antes de entrar na Terra Prometida. O livro de Deuteronômio relata que Moisés subiu ao topo do monte Nebo, de onde viu a terra prometida, mas Deus não permitiu que ele a entrasse. Ele morreu ali e foi sepultado por Deus, e a Bíblia relata que ninguém sabia onde estava seu túmulo (Deuteronômio 34:5-6). Embora sua morte seja registrada, o destino de seu corpo e sua relação com Deus após a morte permanecem um mistério. No entanto, o livro de Judas 1:9, menciona o momento em que o Arcanjo Miguel luta contra Satanás pelo corpo de Moisés, nos dando a entender que Moisés foi ressuscitado e levado ao céu. Há textos sobre a transfiguração de Jesus, menciona que Moisés e Elias apareceram e conversavam com Jesus, que reforçam a ideia de Moisés está vivo e no céu.(Mt. 17:1-8; Lc. 9:28-36).

    4. Moisés

Importante salientar que a respeito do ensino sobre os mortos, a pessoa que morre, não tem consciência do mundo ao seu redor. e que os tais estão aguardando a volta de Jesus para serem ressuscitados.

Portanto, enquanto Melquisedeque é apresentado de uma forma que sugere uma existência atemporal, Moisés, embora tenha tido uma relação íntima com Deus, experimentou a morte física, embora as circunstâncias exatas de seu sepultamento e seu destino após a morte permaneçam misteriosos.

Johnny Cleber Francisco

Teológo e autor da Bíblia Curiosa

Fonte Imagens:

1. https://www.rodrigosilvaoficial.com.br/o-legado-de-enoque/

2. https://www.altoastral.com.br/mundo-mistico/profeta-elias-arrebatamento/

3. https://mortesubita.net/biografias/melquisedeque/

4. https://www.revistaevidencia.com/2013/07/a-historia-de-moises/




quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

UNIÃO FAMILIAR - UMA JORNADA APARTIR DO GENESIS





Hoje, gostaria de compartilhar com vocês uma reflexão inspirada nas sábias palavras do Livro de Gênesis, um livro que traz consigo os alicerces de muitos princípios fundamentais da vida. Vamos explorar a passagem que nos diz: "Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne." (Gênesis 2:24).

Essas palavras simples carregam consigo uma profundidade de significado que ressoa através das eras. Elas são um convite à reflexão sobre a importância da união familiar e o papel vital que desempenha em nossas vidas.

O ato de "deixar pai e mãe" não é meramente uma mudança geográfica, mas simbólica de uma transição para a criação de uma nova unidade. Significa abandonar a dependência infantil e abrir caminho para uma aliança adulta. A jornada da vida é marcada por essas transições, e a formação de uma nova família é um dos momentos mais significativos.

A união marital é descrita como um processo no qual duas pessoas se tornam "uma só carne". Essa metáfora vai além da união física; ela abrange a profunda conexão emocional, espiritual e psicológica que ocorre entre marido e mulher. É um compromisso de compartilhar não apenas os momentos felizes, mas também os desafios que a vida inevitavelmente nos apresenta.

Em nossa busca pela compreensão dessas palavras antigas, percebemos que a união familiar é uma jornada de crescimento mútuo. É um convite para cultivarmos não apenas o amor romântico, mas também a paciência, a compreensão e a tolerância. Afinal, em uma união verdadeira, somos desafiados a ir além de nós mesmos, a enxergar o outro como uma extensão de nós mesmos.

Além disso, a ideia de "uma só carne" implica em compartilhar não apenas os momentos felizes, mas também os fardos. É um compromisso de apoiar, encorajar e nutrir o crescimento do parceiro. Na diversidade de personalidades, surgem oportunidades de aprendizado e desenvolvimento pessoal.

No entanto, é importante notar que o processo de união familiar não é isento de desafios. A sociedade contemporânea nos apresenta uma infinidade de distrações e pressões externas que podem ameaçar essa união. É crucial, portanto, cultivar uma base sólida, fundamentada em valores compartilhados, comunicação aberta e respeito mútuo.

Ao refletir sobre essas palavras antigas, somos lembrados de que a união familiar não é apenas um ato isolado, mas um compromisso contínuo. Requer esforço constante, adaptação e a busca constante pela compreensão mútua. Em nossa jornada conjunta, somos desafiados a crescer como indivíduos e, ao fazê-lo, fortalecemos os laços que nos unem.

Em conclusão, a passagem de Gênesis 2:24 nos convida a celebrar a beleza da união familiar. É uma jornada marcada por amor, crescimento e compromisso. Que possamos, ao trilhar esse caminho, encontrar a sabedoria necessária para construir lares sólidos, onde a união e o respeito floresçam, tornando-nos verdadeiramente uma só carne, unidos pelo vínculo indissolúvel do amor.

Agradeço a todos por dedicarem seu tempo a esta reflexão. Que possamos aplicar esses princípios em nossas vidas e fortalecer as bases de nossas famílias. Boa noite a todos!

 

Deixar Pai e Mãe

A expressão "deixar pai e mãe" é derivada de uma passagem bíblica específica, Gênesis 2:24, que afirma: "Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne." Essa passagem faz parte do relato da criação no Livro de Gênesis, descrevendo a formação da primeira união matrimonial entre Adão e Eva.

A frase "deixar pai e mãe" não implica um abandono total ou falta de respeito pelos pais; em vez disso, ela simboliza uma transição na vida de uma pessoa. Indica a mudança de uma dependência filial para a formação de uma nova família. Os cônjuges são chamados a estabelecer uma unidade independente, onde as prioridades e responsabilidades são compartilhadas entre marido e mulher.

Deixar pai e mãe envolve emancipar-se da dependência emocional e financeira dos pais, entrando em uma nova fase de autonomia e responsabilidade. Isso não significa cortar laços afetivos ou desconsiderar a importância dos pais, mas sim reconhecer que a nova família, formada pelo casamento, exige atenção e compromisso mútuos.

Em resumo, "deixar pai e mãe" representa a transição do indivíduo de um estado de dependência filial para a criação de uma nova unidade familiar, onde o casal se compromete a construir sua vida em conjunto, com suas próprias responsabilidades e prioridades.

Unirá a sua Mulher

A expressão "se unirá à sua mulher" é uma parte fundamental da passagem bíblica de Gênesis 2:24, que descreve o processo de formação da união matrimonial. A passagem completa é: "Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne." 


A expressão "se unirá à sua mulher" indica a intenção de estabelecer uma união profunda e íntima entre um homem e uma mulher no contexto do casamento. Essa união vai além da esfera física, incluindo também aspectos emocionais, espirituais e sociais.

"Unir-se" aqui denota a formação de uma parceria singular e comprometida. O casamento é visto como uma fusão de duas vidas em uma entidade conjunta. Essa união implica compartilhar não apenas a vida cotidiana, mas também os desafios, alegrias, sonhos e responsabilidades.

Uma só Carne

A frase "e eles se tornarão uma só carne" faz parte da passagem bíblica de Gênesis 2:24 e é frequentemente citada em contextos que abordam a natureza e o propósito do casamento. Essa expressão carrega um significado simbólico profundo, destacando a união íntima e indivisível entre um homem e uma mulher no casamento.

Ao dizer que o homem e a mulher se tornarão uma só carne, a passagem enfatiza a ideia de uma fusão completa e harmoniosa. Aqui estão alguns pontos para ajudar a entender esse conceito:

 Unidade e Intimidade Profundas: A expressão sugere que o casamento vai além de uma simples parceria ou coexistência. É uma união profunda e íntima, onde dois indivíduos se tornam uma única entidade, compartilhando não apenas aspectos físicos, mas também emocionais, mentais e espirituais.

2.Complementaridade e Cooperação: A metáfora da "carne" indica uma proximidade e interdependência. Os cônjuges são vistos como complementares, cada um contribuindo para o bem-estar do outro. Essa união implica cooperação, suporte mútuo e a ideia de que juntos eles são mais fortes do que separados.

3.Indivisibilidade da União: A expressão também destaca a indivisibilidade da relação matrimonial. É uma união que não deve ser quebrada facilmente, simbolizando a importância da fidelidade, compromisso e respeito mútuo ao longo do tempo.

4.Ordem Divina: Essa passagem é muitas vezes interpretada como uma instituição divinamente ordenada, sugerindo que o casamento não é apenas uma convenção social, mas também tem um propósito espiritual e sagrado.

 

Em resumo, "e eles se tornarão uma só carne" enfatiza a profundidade e a sacralidade da união matrimonial. Ela inspira os casais a buscar não apenas a proximidade física, mas também a verdadeira harmonia e unidade em todos os aspectos de suas vidas, formando uma parceria que transcende as fronteiras individuais.


Johnny Cleber Francisco

Teológo e autor da Bíblia Curiosa


Fonte Imagens: Titulo - https://www.blogdoprisco.com.br/uniao-entre-homem-e-mulher-e-mantida-como-conceito-de-familia/

sábado, 9 de setembro de 2023

COMO SURGIU A CRUCIFICAÇÃO

1.Cruz Símbolo Cristão
            
              O político e filósofo romano Cícero considerava a crucificação a punição "mais cruel e aterrorizante" que poderia existir. "Somente a palavra 'cruz' por si só deveria estar longe não apenas do corpo de um cidadão romano, mas também de seus pensamentos, de seus olhos, de seus ouvidos."
            
            "Das três formas mais brutais de executar alguém na antiguidade, a crucificação era considerada a pior", disse Louise Cilliers, autora e pesquisadora do Departamento de Estudos Clássicos da Universidade do Estado Livre, na África do Sul, à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC. "Depois vinham a morte na fogueira e a decapitação." "Foi uma combinação de absoluta crueldade e espetáculo para fazer o máximo de terror possível na população", disse Diego Pérez Gondar, professor da Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra.
               
            Em muitos casos, a morte do executado só ocorria dias após ser colocado na cruz, diante do olhar de transeuntes. O corpo passava por um misto de sufocamento, perda de sangue, desidratação, falência de diversos órgãos, entre outros problemas.

            

            Jesus, o homem que transformou o mundo com uma mensagem de paz, foi um dos muitos que morreram na cruz, um castigo cujas origens remontam a séculos.

            Isto é o que se sabe de onde e como surgiu.

OS ASSIRIOS


            No seu auge, o império assírio se estendia das costas do Golfo Pérsico até o que hoje são a Turquia e o Egito.  Na sua fase final era conhecido como império neoassírio, e era o maior do mundo até então.

            Entre o ano 900 a. C e 600 a.C, aproximadamente, tornou-se uma grande civilização, uma superpotência tecnológica, graças à riqueza de seus mercadores e à crueldade de seus exércitos.

            De fato, um de seus reis, Senaqueribe, é considerado o expoente original do que hoje é conhecido como guerra total.

            Os assírios tiveram o cuidado de deixar testemunho não apenas de seu poder, mas também dos cruéis castigos que impuseram a seus rivais.

            E embora os conflitos com povos inimigos estivessem presentes na narrativa e no discurso da realeza em todo o Oriente Médio, isso se tornou "especialmente evidente nos textos e na arte neo-assírios, onde a guerra e o castigo dos inimigos são ainda mais importantes do que para outros reis" da região.

            Assim escreveu a historiadora Eva Miller no artigo Crime and Testament: Enemy Direct Speech in Inscriptions of Esarhaddon and Ashurbanipal (Crime e testamento: discurso direto do inimigo nas inscrições de Assaradão e Assurbanípal) da revista especializada Journal of Ancient Near Eastern History.

            Dessa forma, os inimigos deveriam estar no centro dessas manifestações de expressão para "poderem recriar sua subjugação e derrota".

            De acordo com Louise Cilliers, o castigo da crucificação provavelmente "se originou com os assírios e babilônios e foi usada sistematicamente pelos persas no século 6 a.C".

            O professor Pérez aponta que as informações mais antigas disponíveis vêm de algumas decorações de palácios assírios.

            "Nas paredes havia relevos com desenhos que representavam algumas batalhas e conquistas e a forma como os prisioneiros eram executados. Aparece a técnica da empalação, algo semelhante ao que seria uma crucificação", diz.

            Um desses relevos, relata a historiadora Rebecca Denova, mostra "prisioneiros pendurados em postes, com o poste inserido em suas costelas", após a conquista da cidade israelita de Laquis por Senaqueribe em 701 a.C.

            "O objetivo dessa punição excruciante era enfatizar a crueldade e o terror que aguardavam os prisioneiros e rebeldes", indica, em um artigo da World History Encyclopedia.

Cilliers, junto com F. P. Retief, escreveu o artigo The history and pathology of crucifixion (A história e patologia da crucificação) para o South African Medical Journal.

OS PERSAS

            No texto, eles explicam que os persas realizavam as crucificações em árvores ou postes em vez de uma cruz formal.

            "Combinar a pena de morte com o escárnio do condenado e uma morte cruel era frequente e uma das técnicas era deixá-lo pendurado em um pedaço de madeira para que morresse de asfixia e cansaço", disse Pérez.


OS MACEDONIOS

Disseminação

            No século 4 a.C, Alexandre, o Grande, levou a forma de punição para os países do Mediterrâneo oriental.

            "Alexandre e suas tropas sitiaram a cidade de Tiro (atual Líbano), que era mais ou menos inexpugnável", disse Cilliers.  "Quando finalmente entraram, crucificaram cerca de 2 mil habitantes."

Crucificação ao longo da estrada, costume romano
3. Crucificação ao longo da estrada, costume romano

            Os sucessores de Alexandre, o Grande, introduziram o castigo no Egito e na Síria, bem como em Cartago, a grande cidade norte-africana fundada pelos fenícios. Durante as Guerras Púnicas, os romanos aprenderam a técnica e "a aperfeiçoaram por 500 anos".

            "Onde as legiões romanas iam, praticavam a crucificação."

            E em alguns lugares em que a implementaram, os locais a adotaram.

            No ano 9 d.C, o líder alemão Arminio mandou crucificar os soldados do general romano Varo, após um confronto conhecido como a batalha da Floresta de Teutoburgo (hoje território alemão) e que representou uma derrota humilhante para os romanos.

            No ano 60 d.C., Boudica, a rainha da tribo britânica dos Iceni, liderou uma grande revolta contra os invasores romanos e crucificou vários de seus legionários.

Terra Santa

            Em Israel, antes da chegada dos romanos, esse tipo de castigo também foi usado.  "Temos fontes que falam de crucificações anteriores à dominação romana na Terra Santa", disse Pérez.

            A informação surgiu graças ao historiador, político e soldado judeu Flávio Josefo, nascido em Jerusalém no século 1. Um de seus relatos é sobre o reinado de Alexandre Janeu (125 a.C-76 a.C), que governou os judeus por 27 anos.

            Depois de conquistar vários territórios vizinhos, o líder expandiu a dinastia asmoneu ao seu apogeu.  No entanto, ele intensificou o conflito entre fariseus e asmoneus, iniciando uma guerra que deixou milhares de mortos.

            "Enquanto ele estava celebrando com suas concubinas, ordenou a crucificação de cerca de oitocentos judeus e a morte de seus filhos e esposas diante dos olhos dos infelizes que ainda estavam vivos", escreveu Flávio Josefo sobre eventos do ano 88 a.C.

Os romanos

            De acordo com o artigo de Cilliers e Retief, os romanos também chegaram a crucificar os condenados em árvores ou postes, mas incorporaram uma variedade de cruzes, como uma cruz em forma de X (crux decussata).

            "No entanto, na maioria dos casos, eles usavam a familiar cruz latina (crux immissa) ou a cruz em "t" (crux commissa). Essas cruzes podiam ser altas (crux sublimis), mas as baixas (crux humilis) eram mais comuns, e consistiam em um poste vertical (stipes) e uma barra transversal (patibulum)”.

            O condenado era obrigado a carregar a parte horizontal da cruz até o local da execução.

            As mulheres de Jerusalém, dizem os autores, ofereciam ao condenado uma bebida que tinha efeitos analgésicos.

            "Se ele não estava nu, sua roupa era removida e ele era deitado de costas com as mãos estendidas ao longo do patíbulo."

            Amarravam os braços à trave ou cravavam pregos mais nos pulsos e menos nas mãos porque estas não suportavam o peso do corpo, rasgavam e se soltavam da cruz.

            Os pregos podiam medir até 18 cm de comprimento e 1 cm de espessura.


Procedimento

            Quando o condenado estava preso à trave horizontal, era levantado e fixado na estaca vertical que já estava cravada no chão.  Os pés podiam ser amarrados ou pregados no poste vertical, um de cada lado ou os dois ao mesmo tempo, um em cima do outro.

            Nesse caso, explicam os autores, um único prego era cravado nos metatarsos de ambos os pés, enquanto os joelhos estavam flexionados.  A dor era inimaginável, "muitos nervos eram tocados", destacou o professor Pérez.

            "Você tinha que fazer força com as pernas sobre aqueles pregos para poder ajeitar o corpo e respirar."  E nessas tentativas, "se perdia muito sangue, havia uma dor tremenda, mas se não fizesse isso, você morria sufocado".

            Em muitos casos, era uma morte lenta, que ocorria após uma falência de vários órgãos. Isso, explicam Cilliers e Retief, era causado por um colapso circulatório devido ao choque hipovolêmico.

            Os condenados sofriam "diminuição do volume de sangue (hipovolemia) devido à perda traumática de sangue e desidratação, mas talvez principalmente por insuficiência respiratória".

            Muitos morriam por asfixia.

Horas, dias de agonia

            A crueldade da execução também se refletia no fato de que muitos dos executados demoravam dias para morrer, embora também pudessem morrer em questão de poucas horas.

            "Como normalmente levavam dias, em alguns casos o que os soldados faziam para acelerar a morte era golpear os joelhos e quebrar as pernas. Dessa forma, o condenado não conseguia elevar o corpo para respirar usando os músculos das pernas, isso fazia com que morressem em seguida”, contou Pérez.

            Segundo o relato bíblico, os soldados romanos fizeram isso com condenados que haviam sido crucificadas com Jesus, mas não com ele, porque já havia morrido.

            “É que antes ele havia sofrido com outra punição, tipicamente romana, a flagelação”, disse o acadêmico.

            "Jesus já tinha sido açoitado com flagelos, uma espécie de chicote com pedaços de metal, ossos pontiagudos, lâminas, tinha perdido muito sangue. Aliás, teve gente que morreu só com a flagelação."

'Os piores inimigos'

            Amarrado ou pregado, o castigo da crucificação buscava "expor e humilhar" o condenado.  "Era uma morte reservada aos piores inimigos para deixar claro que não queriam ver ninguém cometendo o mesmo crime", segundo Pérez.

            Aplicava-se também a escravos e estrangeiros, muito raramente a cidadãos romanos.  "Em muitos casos, estava associado a traição, a levantes militares, a terrorismo, a algum crime que teria levado a derramamento de sangue, ou seja, quando alguém era especialmente violento, também era punido com violência especial".

            "É por isso que chama a atenção o fato de Jesus ter sido crucificado, pois não havia cometido um crime." 

4.Jesus carregando a cruz

            "Eles tinham percebido um perigo em Jesus, já que o que representava mudou o mundo."

            "E aqueles que não queriam que o mundo mudasse não apenas tentaram acabar com ele, mas acabar de forma cruel, para deixar claro que (sua mensagem) não deveria continuar."

        Mas ela continuou.

            Constantino aboliu a punição da crucificação no século 4 d.C. e se tornou o primeiro imperador romano a professar o cristianismo.  Ele legalizou a religião, deu privilégios a seus seguidores, levando à cristianização do império.

            No entanto, a punição foi repetida em outro lugar. Por exemplo, no século 16, no Japão, 26 missionários foram crucificados, no início do longo período de perseguição contra os cristãos naquele país.

            Apesar de seu passado cruel, a cruz representa para muitos cristãos e não cristãos uma mensagem de entrega por amor.


Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cd12j417nddo

Imagens respectivamente: 1. https://super.abril.com.br/historia/jesus-nao-tivesse-sido-crucificado

2.https://www.infoescola.com/artes/arte-assiria/ 

3. https://pt.quora.com/Quais-s%C3%A3o-alguns-fatos-sobre-a-Revolta-de-Esp%C3%A1rtaco-Spartacus

4. https://selesnafes.com/2016/03/pascoa-como-foram-as-6-horas-de-agonia-antes-da-ressurreicao/
            

O VERDADEIRO PROFETA DE DEUS, SEGUNDO A BÍBLIA

  Biblicamente falando, as características do profeta verdadeiro são descritas em vários livros da Bíblia, especialmente no Antigo Testament...